Por que sentimos prazer quando nos coçamos?
Nossa pele tem terminações nervosas sensíveis a estímulos químicos (detonados por substâncias) ou físicos (como arranhões, beliscões ou perfurações.
Coçar o corpo pode ser gostoso porque anulamos uma sensação incômoda – a coceira. Nossa pele tem terminações nervosas sensíveis a estímulos químicos (detonados por substâncias) ou físicos (como arranhões, beliscões ou perfurações). Esses receptores se dividem em dois tipos: os de dor e os de coceira. Se sentimos coceira e arranhamos suavemente a pele, são ativados os receptores de dor, o que inibe o prurido. Isso porque, no caminho para o cérebro, dor e coceira trafegam pela mesma via de fibras dentro da medula espinhal, mas não ao mesmo tempo – e a dor tem a preferência nessa “estrada”. A sensação também depende da intensidade do estímulo. Pegar pesado demais na coçada pode machucar e doer de verdade.
A dermatologista Vanessa Feghali De Lucca dá um exemplo: “A picada de uma formiga pode causar uma coceira. Já a de um marimbondo dá dor”. A coceira ainda não foi completamente decifrada pela ciência, justamente por se tratar de um mecanismo muito similar à dor. Um dos maiores avanços nessa área aconteceu em 1997, quando a equipe do cientista alemão Martin Schmelz identificou os receptores específicos para a coceira. Entre as principais causas da coceira estão as reações alérgicas, como as que ocorrem com picadas de insetos, ingestão de alimentos estragados ou rejeição a algum medicamento. “Essas reações ativam o sistema imunológico e, com isso, há a liberação de uma substância chamada histamina”, exemplifica a neurologista Valéria Santoro Bahia, do Hospital das Clínicas de São Paulo.
A histamina estimula quimicamente os receptores da coceira da pele, causando uma comichão intensa. Dar uma coçadinha de vez em quando faz bem: “Além de aliviar a coceira, esfregar a pele aumenta o fluxo sanguíneo na região e melhora a defesa imunológica da área afetada”, afirma a médica Valéria. Entretanto, é bom não abusar, pois coçar demais a pele pode causar infecções secundárias e feridas.
Fonte: Abril.com
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